Arquivo pessoal
Lucas Muniz Alberto
“Nós não somos um povo de perder o ânimo e parar de olhar pra trás e parar de desanimar!”
Somos
povo da Esperança!
Nestes dias de provação, em meu coração
floresce a cada dia o germe da esperança! Podemos nos perguntar o que
esperamos? Podemos ser imediatos e dizer: “espero o fim da pandemia!” Desejo de
todos! Espero que todos os esforços de fraternidade, de solidariedade, de
crescimento na fé, de convivência familiar não fiquem de quarentena após este
tempo. Espero que os valores renovados nesta provação não fiquem invisíveis
quando a “normalidade voltar”. No entanto, além de todas essas humanas
esperanças e desejos, penso que é preciso ir além e nos percebermos como ser de
esperança. Nosso DNA cristão é codificado por três virtudes: fé, caridade e
esperança. Da fé e da caridade falamos bastante e manifestamos também. Mas a
esperança, coitada! É deixada para trás... Mas, sabe porquê? Por que a esperança
não é matéria de razão, mas sim de coração! A esperança escapa-nos pela mão. É
pássaro livre que não se materializa em conceitos, mas somente no testemunho. É
questão de ser e não de se ter.
Na Palavra de Deus encontramos, entre
os caminhos da história da salvação, inúmeras páginas de esperança. Do Gênesis
ao Apocalipse, a Palavra e ação de Deus é costurada pelo fio da esperança.
Esperança de Deus para o seu povo amado, esperança do povo em relação ao Senhor
e proclamada em tantas vozes: “No Senhor nós esperamos confiantes” (Sl 32,20), “Sois
vós o Senhor minha esperança” (Sl15) tantos gritos na angústia, na dor, na
tribulação. Deus sonha o mundo, tem esperança naqueles que criou à sua imagem e
semelhança. Mas, mesmos estes o decepcionando com a desobediência, não deixa de
acreditar no ser humano. Vai depois com o justo Noé renovar, “recriar a humanidade” nas águas, fonte da vida nova,
reafirmando a sua esperança com o ser
humano e novamente revelando o seu projeto de amor. Chama homens e mulheres a
partilharem o seu sonho, a lista é grande: Abraão, Sara, Moisés, Josué, Samuel,
Davi, os profetas. Em todo tempo Deus envia homens de esperança para conduzir o
povo, de modo a permanecer firme em seus passos enfrentando a escravidão no
Egito, o Exílio na Babilônia, a cruz, a perseguição, até chegar hoje neste
momento de pandemia em que nos oferece como farol de esperança o Papa
Francisco. Somos assim o povo da Esperança!
Na plenitude dos tempos, quando quase
todos achavam que Deus havia se esquecido de suas promessas, e que dormia, Ele surpreende-nos:
A “Esperança” se encarnou! Ganhou um rosto, um nome: Jesus Cristo! E assim
nascida menino, a esperança esperançou o mundo: andou pelas estradas, pelas
vilas, à beira da praia, subiu montanhas, foi ao Templo. Até fez amigos! E de
forma absurda, tentaram matá-la na Cruz. Alguns até pensaram que de fato tinham
conseguido aniquilá-la, “Mas a Esperança é a última que morre”. Aliás, não
morre mais, Pois vive para sempre! Estando viva esta ESPERANÇA, chamada Jesus, ela
contagia o mundo e conquista inúmeras testemunhas, que não fazem outra coisa a
não ser esperançar o mundo.
A Esperança encarnada chama-nos a esperançar
este mundo. Ao semear esperança, que não é ilusão, tornamo-nos testemunhas dela
em meio ao caos, as ansiedades, as provações. A esperança vem com suas irmãs a
fé e a caridade e enchem o nosso coração de coragem para lutar contra toda
desesperança, contra toda descrença, contra todo o ódio. Não nos esqueçamos: a
Esperança é uma pessoa! É preciso crer, amar, esperançar. Testemunhas da
Esperança é o que temos de ser. Esperance a sua casa, esperance o mundo,
esperancemo-nos!
Texto escrito por Lucas Muniz Alberto, natural de Santa Bárbara, está a 11 anos no Seminário da Arquidiocese de Mariana, participa da Paróquia Senhora de Sant'Ana em Guaraciba/MG e aguarda a Ordenação Diaconal.
Pe. Francisco Maria de Castro Moreira
Administrador Paroquial
Pastoral da Comunicação
Paróquia Santo Antônio em Teixeiras/MG
Forania de Viçosa - Arquidiocese de Mariana
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